Resenha - Delírio

Sinopse: Muito tempo atrás, não se sabia que o amor é a pior de todas as doenças. Uma vez instalado na corrente sanguínea, não há como contê-lo. Agora a realidade é outra. A ciência já é capaz de erradicá-lo, e o governo obriga que todos os cidadãos sejam curados ao completar dezoito anos. Lena Haloway está entre os jovens que esperam ansiosamente esse dia. Viver sem a doença é viver sem dor: sem arrebatamento, sem euforia, com tranquilidade e segurança. Depois de curada, ela será encaminhada pelo governo para uma faculdade e um marido lhe será designado. Ela nunca mais precisará se preocupar com o passado que assombra sua família. Lena tem plena confiança de que as imposições das autoridades, como a intervenção cirúrgica, o toque de recolher e as patrulhas-surpresa pela cidade, existem para proteger as pessoas. Faltando apenas algumas semanas para o tratamento, porém, o impensado acontece: Lena se apaixona. Os sintomas são bastante conhecidos, não há como se enganar — mas, depois de experimentá-los, ela ainda escolheria a cura?

fonte: Skoob



Eu acho que estou tomando gosto por distopias, no fim das contas. Bem, Delírio retrata uma sociedade futurista em que o amor é considerado uma doença -Amor deliria nervosa- e desenvolveram um tratamento para isso. Aos dezoito anos, as pessoaa eram submetidas ao procedimento e estavam livres da doença. Mas todo o sentimento de ligação mais forte com irmãos, pais e filhos era perdido. Toda a sociedade vivia sob constante vigilância e o medo tinha o papel de manter todos na linha.

Lena, a protagonista, começa o livro como aquela menina certinha, que nunca responde grosseiramente e que tem que lidar com seus próprios fantasmas do passado. Criada pela tia, tudo que ela mais quer é ser curada e ser pareada com seu futuro marido. Sem maiores emoções, sem um passado constrangedor. Mas eis que ela conhece Alex. E tudo na sua vida muda. Tudo que ela julgava como certo, como verdade viram do avesso e ela tem uma decisão a tomar.

"Amor: uma palavra tão singular, uma coisa fina, não maior ou mais comprida que um gume. É o que isso é: um gume, uma navalha. Estabelecendo-se no centro de sua vida cortando tudo em dois. Antes e depois. O resto do mundo cai em ambos os lados."



Eu amei o livro do começo até o fim. Eu gostei da descrição que Lena faz tanto das pessoas quanto dos lugares, adorei a amiga dela, Hana, sem contar que eu simplesmente me apaixonei por Alex. A história é muito boa e, de pouco em pouco, vem aquelas revelações que tiram o fôlego e não dá para parar de ler; você tem que saber o que vem depois.

A autora tem uma leve e que flui. O desenrolar não foi nem arrastado, mas também não atropelou nenhum fato. Achei que a maior parte da ação real, aquela parte em que a adrenalina que o personagem sente parece passar para você está mais concentrada no final, o que pode ser um pouco chato para quem gosta de uma agitação.
O romance é tão lindo e tão fofo... fazia tanto tempo que eu não gostava de um casal como eu gostei deles. Até aquelas pessoas que não aparecem muito são cativantes e eu realmente queria ter visto muito mais da pequena Gracie -ela é fofa demais, mesmo sem abrir a boca mais do que duas vezes.

"Mas eu tenho um segredo. Você pode construir barreiras por todo o caminho para o céu e eu vou encontrar uma maneira de voar acima deles. Você pode tentar prender-me com cem mil armas, mas vou encontrar uma maneira de resistir. E há muitos de nós lá fora, mais do que você pensa. Pessoas que se recusam a parar de acreditar. Pessoas que se recusam a entender. As pessoas que amam em um mundo sem barreiras, pessoas que amam no ódio, na recusa, contra a esperança e sem medo. Eu te amo. Lembre-se. Eles não podem tirar isso."



Por mais que seja uma distopia, por mais que haja a representação do Estado opressor, da censura e do uso da religião como forma de contenção e medo, o foco do livro não a sociedade em si. Diferente de Feios, por exemplo, não há uma descrição tão detalhada dos costumes, do modo de vida e nem o por quê de tanta aversão ao amor. Pode ser que maiores explicações apareçam na continuação da trilogia, Pandemônio, com lançamento marcado para o primeiro semestre de 2013 e eu mal posso esperar para ler.

Para aqueles que gostaram muito, mais uma notícia boa: a Fox pediu um episódio piloto e podemos esperar ver a trilogia adaptada para a TV. Alguém ansioso?

Minha classificação final:

Coisas que talvez você queira saber

Autora: Lauren Oliver; Editora: Intrínseca;
Ano de Lançamento: 2012;
Páginas: 352

0 comentários:

Postar um comentário