Resenha - Feios

Resenha: Tally está prestes a completar 16 anos, e ela mal pode esperar. Não por sua carteira de motorista – mas para se tornar bonita. No mundo de Tally, seu aniversário de 16 anos traz uma operação que torna você de uma horripilante pessoa feia para uma maravilhosa pessoa linda e te leva para um paraíso de alta tecnologia onde seu único trabalho é se divertir muito. Em apenas algumas semanas Tally estará lá. Mas a nova amiga de Tally, Shay, não tem certeza se ela quer ser bonita. Ela prefere arriscar sua vida do lado de fora. Quando ela foge, Tally aprende sobre um lado totalmente novo do mundo dos bonitos – que não é tão bonito assim. As autoridades oferecem a Tally sua pior escolha: encontrar sua amiga e a entregar, ou nunca se transformar em uma pessoa bonita. A escolha de Tally faz sua vida mudar pra sempre.

fonte: Skoob



Tally Youngblood passa suas noites olhando da janela do dormitório os fogos de artifícios que explodem no céu do outro lado do rio, em Nova Perfeição. Ela contava os dias para finalmente receber a operação que a deixaria perfeita: Olhos grandes, cabelos sedosos, corpo com movimentos equilibrados, rostos simétricos e... perfeitos.

Nos dois últimos meses antes dessa operação, estando sozinha -já que seus amigos já tinham completado 16 anos e estavam em suas novas casas-, Tally conhece Shay e através dessa nova garota, passa a descobrir que existem mundos diferentes além do cinturão verde que delimita a Vila. Por causa dessa nova amizade e devido às decisões da menina, toda sua vida e suas certezas mudam.

A história se passa na Terra, séculos após os Enferrujados -também conhecidos como seres humanos de agora- terem desaparecido. Nas novas cidades que surgiram, dividiram as pessoas de acordo com suas idades e, no decorrer da vida, todos eram submetidos a cirurgias que os adequaria com os padrões perfeitos. Segundo o Governo, essa seria uma forma de evitar que aquela sociedade acabassem seguindo o exemplo de seus antepassados.

"- Isso aí. E as pessoas se matavam por coisas como cor da pele diferente. (...) Então qual o problema de as pessoas serem mais parecidas agora? É o único jeito de tornarem as pessoas iguais."

Fala de Tally, página 47.



O que eu mais gostei no livro foi o assunto retratado: sobre a realidade escondida nas operações, sobre o quanto eles se julgavam tão diferentes dos Enferrujados mas ao mesmo tempo seguiam o mesmo caminho, também segregavam, também controlavam as pessoas com a força de uma ideia e de uma "lavagem cerebral" desde a infância. Os personagens em si não me cativaram muito e eu não criei nenhuma conexão especial com eles, nem fiquei apaixonada pela protagonista ou pelo casal da trama.

Outro ponto que me chamou a atenção é ver como a nossa geração atual era retratada: como patéticos destruidores da natureza, consumidores de petróleo e maníacos por destruição. Pode ser meio exagerado, mas talvez seja assim mesmo que nossa história será ensinada daqui algumas centenas de anos.
É muito engraçado ler a reação das pessoas do livro aos objetos de metal do passado: a descrença quando viram ruínas dos prédios, dos trilhos dos trens ou de helicópteros. A estranheza aos livros de papel e aos nossos padrões de beleza registrados em revistas antigas.

A princípio, a ideia das cirurgias pode ser estranha, parecer inaceitável para quem lê. Ou então pode imaginar que jamais se deixaria enganar por essas histórias de que todos devem ser iguais. Mas até que ponto o livro é uma distopia? Quando foi que parou-se de descrever a realidade? Talvez quando colocaram as pranchas voadoras.

Enquanto lia, principalmente quando se tratava de algum diálogo entre os Enfumaçados, uma cidade alternativa que foi fundada por fugitivos de Nova Perfeição, parecia que eu via semelhanças com V de Vingança, especialmente pela força que as ideias tem durante todo o livro.

"- Nem sempre tem a ver com dados econômicos. (...) A fraqueza pode ser também uma ideia."

Fala de David, página 338.



O final, é claro, deu abertura para o próximo livro, chamado Perfeitos e eu estou curiosa para começar a leitura. Não é meu livro favorito, mas achei interessante todas as transformações retratadas e há momentos que é impossível parar de ler porque você quer saber a explicação para tudo que está acontecendo. Levou um pouco de tempo para pegar o ritmo da leitura, mas é um livro que eu recomendo. Vamos ver o que temos no próximo.

Minha classificação final:

Coisas que talvez você queira saber

Autor: Scott Westerfeld;
Editora: Galera Record;
Ano de Lançamento: 2010;
Páginas: 415


2 comentários:

  1. Eu adorei essa trilogia ainda mais por ser uma distopia
    é surreal imaginar como o mundo pode ser dqui a algumas centenas de anos!!!!
    pena que já passei do 16 então não me transformarei em perfeita kkk
    adorei a resenha
    até mais

    http://entrenossoslivros.blogspot.com.br/

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  2. Estou com o segundo em casa, mas ainda não comecei a ler haha tenho medo de não gostar :/
    Eu realmente não queria ser perfeita... fiquei com muito medo dessa cirurgia O:

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