Resenha - Orgulho e Preconceito

Sinopse: Na Inglaterra do final do século XVIII, as possibilidades de ascensão social eram limitadas para uma mulher sem dote. Elizabeth Bennet, de vinte anos, uma das cinco filhas de um espirituoso, mas imprudente senhor, no entanto, é um novo tipo de heroína, que não precisará de estereótipos femininos para conquistar o nobre Fitzwilliam Darcy e defender suas posições com perfeita lucidez de uma filósofa liberal da província. Lizzy é uma espécie de Cinderela esclarecida, iluminista, protofeminista. Neste livro, Jane Austen faz também uma crítica à futilidade das mulheres na voz dessa admirável heroína — recompensada, ao final, com uma felicidade que não lhe parecia possível na classe em que nasceu.

fonte: Skoob



A princípio, queria ler Orgulho e Preconceito só pela curiosidade de conhecer um dos clássicos britânicos mais famosos e tentar entender porque tantas pessoas eram apaixonadas por ele.

Tenho que confessar que eu sabia bem pouco da história -apenas os nomes dos personagens centrais- e não sabia a relação da narrativa com título. Quando eu comecei a ler, não me senti muito atraída, talvez até por não ser um tipo de leitura a que eu estou acostumada. Mas no decorrer da história, não tem como não se encantar com Elizabeth, a protagonista da trama. Dona de uma vivacidade e conceitos não muito próprios para a época, é a favorita do pai -Mr. Bennet- e da irmã mais velha, Jane. Tem um ótimo coração e deseja ver a felicidade da família, bem como a mudança de caráter de alguns parentes.

"Em vão venho lutando comigo mesmo; nada consegui. Meus sentimentos não podem ser reprimidos e preciso que me permita dizer-lhe que eu a admiro e amo ardentemente."

Discurso de Mr. Darcy para Elizabeth. Será que ela o corresponde?



Outro personagem, tão importante quanto Elizabeth para o desenrolar dos fatos, é Mr. Darcy, importante nome da sociedade inglesa, com terras, dinheiro e influência. No começo, sua postura é insuportável de tão mesquinha e orgulhosa. Mas com o passar dos capítulos, mostra-se uma mudança grande nas ações deste e é claro que o fator propulsor disto é o amor. Conforme essa paixão ia sendo trabalhada, mais eu me apaixonava pelo livro e pela escrita de Jane Austen.

Fica bem claro, conforme se sucedem as cenas, a razão do nome do livro. Tanto o orgulho quanto o preconceito de várias pessoas levam a quase infelicidade dos personagens, me levando a concordar com um dos trechos da fala de Mary -uma das irmãs Bennet- sobre o assunto:

"O orgulho, observou Mary, que se vangloriava da solidez de suas reflexões, é um defeito muito vulgar, creio eu. Depois de tudo que li, estou deveras convencida da sua vulgaridade, que a natureza humana lhe é particularmente atreita e que são raros aqueles entre nós que não nutrem um sentimento de condescendência própria baseado numa ou outra qualidade, real ou imaginária"

Um dos discursos sólidos de Mary.



Mas nem só de pessoas amáveis é feito o livro. Há também aqueles que despertam uma certa raiva como a mãe das meninas, por exemplo. Mrs. Bennet é exagerada, volúvel, de pouca delicadeza e só consegue sonhar em conseguir bons maridos para todas as filhas.
Mr. Collin é outro exemplo de pessoa detestável. Primo da família Bennet, sempre pensa que é melhor que os outros, que detém propriedade para falar sobre determinados assuntos, é maçante, exagera nas desculpas e nos elogios e não consegue ficar calado.
Mr. Wickham é o último daqueles que me deixou com raiva. Mentiroso descarado, de má índole e que por muito pouco não deixou na desgraça a família de Elizabeth. A princípio, é normal achar que ele é um senhor gentil e que sofrera uma terrível injustiça. Mas assim que se descobre seu real caráter, não tem como não achá-lo patético.

Algo que me incomodou um pouco foi a falta que eu senti de descrições mais aprofundadas sobre aspectos físicos de pessoas e de lugares; não que isso tenha atrapalhado minha consideração final da obra, já que ela é -sem dúvidas- uma das minhas favoritas de agora em diante. É muito bom entender, um pouco que seja, da mentalidade da época, muito diferente da nossa hoje. Quem nunca teve vontade de, pelo menos uma vez, ir a um daqueles bailes?

A obra de Jane Austen ganhou, em 2005, adaptação para o cinema, com Elizabeth sendo interpretada por Keira Knightley e Mr. Darcy por Matthew Macfadyen. Eu nunca cheguei a assistir o filme, então não posso dizer se é fiel à obra ou não.

O livro ganhou o meu amor e com certeza é uma ótima indicação para quem quer um romance histórico ou um clássico da literatura.

Minha classificação final:

Coisas que talvez você queira saber

Autor: Jane Austen;
Editora: Várias, mas da ilustração acima, Abril Coleções;
Ano de Lançamento: 1813;
Páginas: 427



6 comentários:

  1. Anônimo18.1.13

    Eu li o livro e logo em seguida fui à locadora para pegar o filme. Nunca me senti tão bem ao encontrar a história tão fiel. Gostei bastante de Orgulho e Preconceito. Não sei se você sabe, mas antes de ser Orgulho e Preconceito o livro recebeu o nome de Primeiras Impressões, que também fala bastante sobre a história.
    Beijos.

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  2. Quando eu pesquisei sobre Jane Austen eu vi o título original. Por mais que eu tenha gostado, ainda prefiro Orgulho e Preconceito, parece mais atrativo.
    E nossa, agora fiquei curiosa pra assistir o filme *-* Ninguém pode cansar de Mr. Darcy

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  3. Ma , adorei seu texto! Me interessei ainda mais pra ler o livro, que eu já estava com vontade de ler :D Continue com o blog! Beijos! Suzan.

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  4. Su *-* muito obrigada ^-^' e leia mesmo, a história é muito linda

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  5. Eu já tentei ler esse livro uma vez e confesso que desisti. Só que coloquei ele como meta no meu Desafio Literário desse ano!!! Agora vai.
    Ficou ótimo seus comentários sobre o livro, me atiçou a lê-lo!
    abraço

    www.entrenossoslivros.blogspot.com.br

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  6. Oi Vanessa. Como eu falei, não esperava muuuuito do livro e realmente, o começo não é tão empolgante. Mas a partir do momento que a história toma mais forma, é impossível parar de ler ^-^'

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